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Projeto brasiliense cria aplicativo que estimula doação de leite materno

Iniciativa foi lançada para facilitar cadastro de mães que amamentam e agilizar doações de leite materno

Por Danilo Moreira

Os aplicativos para smartphones e outros dispositivos móveis abriram diversas possibilidades, inclusive de fazer o bem e ajudar a quem precisa. Um exemplo disso é o aplicativo Amamenta Brasília, lançado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal no mês de maio. Disponível para aparelhos com os sistemas operacionais Android e iOS, o equipamento tem como objetivo estimular e facilitar a doação de leite materno para os bancos de coleta na capital federal, medida que ajudará a alimentar e salvar bebês prematuros em hospitais públicos e privados.

A ferramenta possibilita que mães em fase de aleitamento possam se cadastrar e receber informações sobre as rotas de coleta e horário de funcionamento. Além disso, podem tirar dúvidas e ver um guia completo sobre como fazer a coleta e armazenamento do leite a ser doado, esclarecer verdades e mitos sobre o processo de doação do leite materno, ter a relação de todos os Bancos de Leite Humano do Distrito Federal, além de receber notificações do Corpo de Bombeiros, que são os profissionais responsáveis pela coleta nas residências das doadoras. Esse recolhimento também ficará ainda mais fácil por intermédio do aplicativo, já que os profissionais têm acesso à geolocalização cadastrada pelas mulheres na ferramenta e, dessa forma, poderão chegar com mais facilidade ao local e realizar a coleta de forma mais eficiente.

De acordo com a coordenadora de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano da Secretaria de Saúde do DF, Miriam Santos, o app tem como objetivo colocar a rede no século XXI. “Essa funcionalidade vai fazer avançar o número de doações, a partir do momento em que a gente chegar naquela mulher que quer doar”, relata a profissional.

Como participar da iniciativa?

Qualquer mulher que amamente pode participar e doar leite. Precisa ser saudável, não utilizar álcool, nem drogas ilícitas ou medicamentos que interfiram na qualidade do leite e estar amamentando ou armazenando leite para o próprio filho. Em caso de não ter feito o pré-natal, é necessária a realização de exames específicos. O site Amamenta Brasília possui informações detalhadas sobre como realizar a coleta do leite e conservá-lo adequadamente, além de outros procedimentos para realizar a doação com qualidade e segurança.

O cadastro para ser doadora pode ser feito pelo próprio aplicativo, pelo telefone 160 (digite a opção 4) ou pelo site da campanha. O app Amamenta Brasília está disponível nos sistemas operacionais Android e iOS.

Estimular a doação de leite

O aplicativo “Amamenta Brasília” foi lançado em 19 de maio, data que celebra o Dia da Doação de Leite Humano. O marco foi definido no V Congresso Brasileiro de Bancos de Leite Humano e o I Fórum de Cooperação Internacional em Bancos de Leite Humano, realizados em 2010 na capital federal. Na ocasião, foi elaborada também a Carta de Brasília 2010, um documento assinado por representantes de 23 países integrantes de uma rede engajada na causa. A carta estabelece metas e diretrizes da Rede de Bancos de Leite Humano, além de reforçar a importância do acesso de recém-nascidos, lactantes e bebês pequenos ao leite materno. Países da América Latina, Caribe Hispânico, África e Europa também celebram a data e, assim como no Brasil, promovem campanhas para estimular a doação de leite materno.

Além da data simbólica, o aplicativo faz parte da campanha “Eu divido meu leite”, lançada em maio como uma iniciativa a fim de estimular mães a doarem parte do leite que produzem. A ação integra o programa Criança Candanga, do governo de Brasília, que institui políticas públicas para a infância e adolescência. Em maio de 2017, a Rede Global de Leite Humano apontou a capital federal como a única cidade autossuficiente em doação de leite materno do mundo. De acordo com dados da Secretaria da Saúde, o Distrito Federal coletou 16,5 mil litros de leite, quase 10% do volume total arrecadado no Brasil em 2015, atrás apenas do arrecadado nos Estados de São Paulo e Paraná. O objetivo da campanha é ultrapassar 1.500 litros doados por mês. Ainda segundo a pasta, até abril deste ano, 9.292 domicílios foram visitados pela ação, 228 a mais que em 2016.

Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano

Criada em 1998 pelo Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) é engajada em proteger, apoiar o aleitamento materno, promover ações de coleta e distribuição de leite humano com qualidade e contribuir para a diminuição da mortalidade infantil no país. A organização é um braço estratégico e importante da Política Nacional de Aleitamento Materno.

A rede possui mais de 220 bancos para a coleta de leite humano distribuídos em todos os estados brasileiros e também no Distrito Federal, além de 150 postos de coleta de leite humano (PCLH), e também realiza ações de coleta em residências, além de oferecer orientação e apoio às mulheres que amamentam. O modelo brasileiro já possui credibilidade internacional pelos investimentos em tecnologias que estimulam ações relacionadas à distribuição de leite materno, além de servir como base para a criação da Rede Global de Bancos de Leite Humano em países da América Latina, Caribe, África e Europa. Em 2001, a Organização Mundial da Saúde reconheceu a rBLH-BR como uma das iniciativas que mais contribuíram para a redução da mortalidade infantil no mundo na década de 1990. De acordo com o site da rede, entre 1990 a 2012, o país conseguiu reduzir a taxa de mortalidade infantil em 70,5%.

A sede da rede fica na Fiocruz e tem o suporte técnico de grupos como o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF) e do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) – ambos sediados no Rio de Janeiro.

Para conhecer mais sobre o trabalho da instituição, saber mais informações de como colher o leite materno e pontos que recebem doações, clique aqui.

Por que doar leite materno?

Se o leite materno possui propriedades essenciais para o desenvolvimento do bebê, a doação pode salvar vidas, especialmente bebês internados em hospitais públicos e particulares que, devido a algum problema de saúde, não podem ser alimentados diretamente pelas mães. Estudos científicos indicam que bebês prematuros e/ou com patologias possuem mais chances de se recuperaram e terem uma vida saudável ao se alimentarem de leite humano durante o período em que são privados de amamentação, além de ganharem peso mais rápido e ficarem protegidos de infecções.

No momento que as mães estão amamentando, as mamas cheias podem gerar desconforto em alguns casos, fato que costuma ser o ponto de partida para que as mulheres doem o seu leite para salvar vidas. Uma produção de leite que não é consumida pelo bebê pode ser parcialmente doada pela mãe a outro bebê que está impossibilitado de receber leite materno. Em seu portal, a rBLH-BR reforça que não é necessária a existência de uma produção demasiada de leite para se tornar doadora e nem quantidade mínima para a doação. Um litro de leite materno, por exemplo, é capaz de alimentar até 10 recém-nascidos por dia e, dependendo do peso do bebê prematuro, 1ml já é o suficiente para mantê-lo bem nutrido e alimentado. Um fato importante sobre o aleitamento materno é que quanto mais se estimula o esvaziamento da mama, mais leite a mãe produz. Antes de ser distribuído para as crianças, o leite materno doado passa por análises, pasteurização e é submetido um rigoroso controle de qualidade, regida pela resolução RDC nº 171, que regulamenta o funcionamento dos bancos de leite humano no país.

De acordo com o Ministério da Saúde, 165 mil recém-nascidos internados foram beneficiados com a doação de 182 mil litros de leite materno em 2016, mas ainda é necessário muito mais. Os esforços continuam para que mais crianças sejam salvas e diversas instituições estão trabalhando para melhorar essa estatística. O aplicativo “Amamente Brasília” é mais um exemplo desse belo trabalho humanitário, que se expande cada dia mais como expressão de uma mentalidade dirigida ao coletivo e mostra como a criatividade, combinada com tecnologia e ações sociais, pode fazer a diferença quando é multiplicada. A importância do acesso dos bebês ao leite materno é uma luta que não deve envolver apenas mães e profissionais das áreas relacionadas, mas deve ser um engajamento coletivo, já que envolve um dos elementos fundamentais para o desenvolvimento humano e influencia diretamente na construção da sociedade.

Com informações de: Só Notícia Boa, Ministério da Saúde, Amamenta Brasília
Fotos: Divulgação/Reprodução

 

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