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Filosofia e Educação

A área de Filosofia e Educação apresenta artigos sobre temas do cotidiano que traduzam curiosidades e preocupações voltadas à vida acadêmica e à experiência de refletir sobre ser e viver.

ESQUISITICES DA FILOSOFIA

Há quem pense que filosofia seja coisa de gente louca, esquisita e complicada demais. Quem faz isso, tem lá suas razões. Além disso, todo ser humano tem suas complicações, loucuras e esquisitices. Temos também a tendência de achar que nossos pensamentos são os mais razoáveis do que os dos outros, e que quem pensa diferente de nós é louco. Somos acostumados a acreditar que o nosso jeito de fazer é o normal, e que quem faz diferente é esquisito.

Pensemos em alguém que ouve rádio, vê televisão, acessa sites e redes. Uma pessoa que só lê as revistas mais famosas, vê as novelas e filmes que tem mais audiência e as redes sociais que estão “bombando” provavelmente não ouve falar de filosofia. Em seu mundo, as músicas que que, os sites que acessa, os shows que frequenta, em geral tratam de outras coisas... As mensagens que as pessoas recebem em geral estão querendo nos fazer pensar menos e comprar mais... Por isso, filosofia acaba parecendo mesmo ser coisa esquisita.

Ainda bem que pouco a pouco a filosofia vai voltando para nossas escolas. E assim quem faz nossos jovens se preocuparem pela primeira vez com esse tema é  geralmente uma professora ou um professor. Uma boa aula de filosofia certamente começa dizendo da importância de perguntar.

Não precisamos raciocinar muito para perceber que “perguntar” é uma coisa que todo mundo faz. As crianças fazem muitas perguntas: o que é isto, o que é aquilo, e as vezes deixam os adultos em situações embaraçosas.

A filosofia tem suas esquisitices sim, mas não pode ser apenas coisa de gente que não penteia os cabelos, vive trancada em um escritório desorganizado, lendo livros antigos, preocupada com questões que não interessam a ninguém.

Os primeiros filósofos e os bons pensadores de todos os tempos foram pessoas que olharam o mundo a sua volta e fizeram perguntas. Olharam para a natureza, para as coisas e se perguntaram: o que é o mundo? Também olharam para a sociedade e se perguntaram porque as pessoas se organizam assim? O que é o poder? O ser humano também olhou para dentro de si mesmo e se perguntou: quem sou eu? O que é o ser humano? O que são essas coisas que sinto dentro? Filosofando, o ser humano perguntou sobre o infinito, sobre a eternidade, sobre Deus... Ao perguntar, não estavam querendo fugir do mundo, mas da mera aparência, da superficialidade.

Mas a filosofia não fica só na pergunta. Ela persegue também a resposta, por mais que não seja fácil, já que o amor ao conhecimento nos leva à profundidade de nós mesmos, das coisas e do mundo. E nessas tentativas de resposta é que o sentido da existência vai se revelando pouco a pouco. É preciso paciência. Parece esquisito, mas vale a pena.

 

 

 

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Claudiano Avelino dos Santos

mestre (PUC-SP) e doutorando (UNIFESP) em filosofia antiga.
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