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Ex-interno da Fundação Casa recebe premiação em Feira de Ciências

Jovem de 18 anos desenvolveu solução composta com resíduos de giz capaz de corrigir a acidez do solo

Por Danilo Moreira

Enquanto alguns defendem medidas radicais generalizadas para reduzir a criminalidade, outros utilizam a Educação para resgatar jovens e estimular o potencial criativo deles. O aluno Jonathan Felipe da Silva Santos, de 18 anos, ganhou o prêmio da Feira de Ciências da Secretaria de Educação de São Paulo (FECEESP) na categoria “Revelação”. Ex-interno da Fundação Casa de Araçatuba (SP), o jovem ganhou o reconhecimento por desenvolver um projeto que equilibra a acidez do solo utilizando sobras de giz escolar.

A ideia surgiu durante as aulas de química que o jovem assistia enquanto cumpria pena socioeducativa na Fundação Casa. Em uma delas, soube que a acidez do solo pode prejudicar o crescimento e cultivo de produtos agrícolas como a laranja. Em entrevista ao G1, a professora Andrea Chiaroni explica que a aula era sobre a produção e utilidades da cal, que é utilizado para resolver o problema. “Ele perguntou sobre outros materiais e eu citei o giz como uma alternativa”, conta. Após mais conversas sobre o assunto, o rapaz ficou interessado em comprovar o resultado e topou o desafio.

O processo de desenvolvimento do projeto durou sete meses e contou com o apoio e orientação da professora de química e da área de Pedagogia da Fundação. O resultando em um composto de giz moído capaz de neutralizar o ácido na terra. A iniciativa chamou a atenção de profissionais da área da Educação e Jonathan foi indicado para participar da Feira de Ciências da rede estadual. Jovem cientista ficou entre os seis finalistas e posteriormente recebeu o Prêmio Revelação no dia 9 de maio na capital paulista.

O jovem relata que foi apreendido durante uma abordagem policial em sua casa. O rapaz tinha comprado uma moto que não sabia ser furtada. Quando descobriu, decidiu desmontá-la e repassar as peças. Os policiais chegaram em sua casa no momento que ele fazia o desmanche com amigos. Modificado com a experiência, Jonathan diz que não quer mais aquela vida ruim e faz planos. “O importante foi que cumpri o que devia e agora quero seguir a minha vida”, afirma.

Atualmente, fora da Fundação Casa, o rapaz é aluno do segundo ano do ensino médio em uma escola estadual em Araçatuba, interior de São Paulo. Motivado com o sucesso do seu projeto e todo o processo de evolução que a experiência lhe proporcionou, o inventor pretende terminar os estudos e sonha em cursar medicina veterinária, além de conseguir um emprego para ajudar a mãe. "Um pedaço de giz mudou a minha vida e quero me dedicar para buscar meu objetivo agora”, afirma.

 

ex interno premio de Ciencias 

A história de Jonathan é um exemplo do poder da Educação, pois, ela contribui para resgatar o potencial criativo e empreendedor de jovens em situação de vulnerabilidade social. É um trabalho que pode ser complexo e envolve diversas questões sociais e políticas, mas no final, é a sociedade que ganha com mais profissionais que fazem a diferença e gente acreditando no seu futuro!

Para saber mais, assista ao vídeo publicado pelo G1.

Outros alunos vencedores

Neste ano, o estudante da Escola Estadual Afonso Cáfaro, Leandro Leomar Borges Rastelli, de Fernandópolis (SP), recebeu a primeira premiação pelo projeto “Comigo-ninguém-pode, muito menos o Aedes”. O jovem de 15 anos formulou um inseticida criado a partir da planta “comigo-ninguém-pode”, que ajuda no combate ao mosquito transmissor da zika vírus, dengue e febre chikungunya.

A vice-liderança da premiação ficou com os estudantes Wesley Davi Oliveira e Jason Felipe Alvarenga, da E. E. Newton Câmara Leal Barros, de Taubaté. Os jovens desenvolveram um telhado verde sustentável que possibilita a reutilização de águas pluviais e melhora o conforto térmico de residências.

Outros que receberam reconhecimento foram dois alunos da Escola Estadual Professora Maria Santana de Almeida em Registro. Victório Maciel e Felipe Pires desenvolveram um tijolo sustentável à base de fibra de bananeira e papelão reciclado. Já as estudantes Vitória Totolo e Flávia Santos, alunas da Escola Estadual Gabriel Pozzi em Limeira, extraíram álcool a partir da citrus aurantium (conhecido como “laranja azeda”) para a produção de licor, podendo, futuramente, abrir caminho para a produção de combustível etanol a partir da fruta. E Daiane Amabili Gobbo e Henrique Nogueira Caldas, da E. E. Octavio de Almeida Bueno em Itararé, desenvolveram uma balança de baixo custo para bovinos.

O concurso anual é destinado ao reconhecimento e estimulo à iniciação científica de alunos dos ensinos fundamental (8º e 9º ano) e médio de escolas do Estado de São Paulo. Na sua terceira edição em 2016, mais de 200 escolas públicas estaduais participaram da competição.

 

Premiados Feira de Ciências

 

Como premiação, os finalistas também ganharam cursos, kits, além de visitar o Instituto Butantan e o Catavento Cultural, na capital paulista. Os jovens também participaram da Semana de Tecnologia Digital promovida na capital do Rio de Janeiro pela Cisco, empresa parceira da Feira de Ciências. Os dois primeiros colocados participaram ainda, da Mostra de Ciência e Tecnologia, no Rio Grande do Sul.

Fontes: G1, Secretaria da Educação do Estado de SP, Exame, Só Notícia Boa, Correio 24 Horas
Fotos: Divulgação/Secretaria da Educação

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